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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Os filhos de Deus e os nefilins: Armadilhas na Bíblia


Das astutas ciladas do inimigo todo cristão está a par (será mesmo? - Ef 6.11). Entretanto, é certo que há aquelas que passam desapercebidas com estranha facilidade, como as armadilhas que encontramos na Bíblia. Antes que alguém me mande para a fogueira da Inquisição, esclareço que não estou dizendo ter o Senhor posto laço em Sua Palavra, mas me refiro às artimanhas de Satanás para impedir que a revelação de Deus nas Escrituras sejam conhecidas de muitos que as leem. Se você acha isso impossível, continue a leitura, pois o artigo é breve.
Após algumas décadas lecionando teologia, não ficou difícil perceber como o diabo astuciosamente põe ciladas no caminho de quem se dispõe a ler as Escrituras. Nisso, ele tem cada vez menos trabalho, infelizmente. Como muitos detestam textos grandes, darei apenas um exemplo do que estou dizendo, reafirmando que as ciladas não estão no texto sagrado, mas no caminho de quem dele se aproxima de modo incauto.
Em Gênesis 6, temos um relato que desperta o interesse de quase todos que leem o texto. Quem são os tais filhos de Deus que se encantam com as filhas dos homens? Elas são mulheres humanas, isso fica claro, mas e eles, o que ou quem são? Seriam anjos que não guardaram seu estado original (Jd 6) e que, de algum modo, se acasalaram com mulheres humanas, como afirma o Livro de Enoque? Ou seriam seres de outro planeta, que foram seduzidos pelos encantos das humanas? Assim pensam os adeptos da teoria de que os deuses do passado eram, na verdade, antigos astronautas. Estariam certos os que apontam para a descendência justa e temente a Deus de Sete? (Gn 4.26). Anjos, ETs, homens justos? A discussão é longa e muito antiga, com milhares de anos de existência.

Como se essa controvérsia acerca da identidade dos filhos de Deus fosse pouca, há, logo em seguida, os famosos nefilins, traduzidos por gigantesem várias versões bíblicas. Outras preferiram não traduzir o termo, deixando para o leitor a tarefa de compreender como preferir o que o texto está falando. A internet tem uma lista enorme de artigos e vídeos explorando (ou complicando?) o assunto. De todo modo, a passagem bíblica indica que esses nefilins estavam relacionados à união dos filhos de Deus com as filhas dos homens e à perversão desenfreada que caracterizava a humanidade de então (Gn 6.5). Até aqui, texto sagrado, Palavra inerrante de Deus, revelação do Altíssimo para nos tornar hábeis em Sua obra e melhores como seres humanos (2Tm 3.16-17).

Pois bem, o estudante das Escrituras até quer servir a Deus, aprimorar-se para fazê-lo da melhor forma possível, mas, por não vigiar quanto ao foco, acaba caindo na cilada diabólica de se perder nas discussões vãs e que não levam a nada, como dizia Paulo a Timóteo e a Tito (1Tm 1.4; Tt 3.9). Em outros trechos, Paulo se refere a fábulas e a historinhas de gente caduca (1Tm 4.7; 2Tm 4.4; Tt 1.14). Não estou dizendo que o leitor da Bíblia deva abster-se de pesquisar ou tentar entender a quem Gênesis 6 se refere, pois a curiosidade e o interesse legítimo são normais e saudáveis. Mas então, por que estou identificando as controvérsias envolvendo essa passagem bíblica com as fábulas condenadas por Paulo? Veja, querer saber quem são os filhos de Deus e o que eram os tais nefilins todos querem, inclusive eu. O problema está em se perder o foco no estudo da Bíblia. Penso que Paulo lidou várias vezes com esse tipo de cilada, tanto que fez as advertências mencionadas acima.
É fácil entender o que ele pretende, quando olhamos para Gênesis 6. Afinal, em que minha vida muda se os filhos de Deus forem anjos ou homens? No que sou afetado pelos tais nefilins fossem eles o que fossem? A resposta para ambas as indagações é a mesma: rigorosamente em NADA. Nem minha conduta cristã, minha doutrina, minhas escolhas, meus princípios de vida, nada é influenciado pela identidade dos filhos de Deus nem pelos nefilins. Até porque foram destruídos no Dilúvio (é, eu creio que houve sim o Dilúvio de Noé, com arca e tudo mais).
Mas quantos irmãos se perdem nessa discussão interminável e perdem o verdadeiro propósito da passagem bíblica! E qual seria ele? Leia Gênesis 6.1-12 e atente para o versículo 8. Acompanhe meu raciocínio e veja se o alvo do Espírito Santo ao fazer registrar esse texto não é o apontado a seguir. Noé, que vivia em uma geração pervertida e corrupta brilhou como luzeiro no seu mundo (Fp 2.15). Ele achou graça aos olhos de Deus. Isso não é pouco, mas há mais! Ele foi instrumento da graça divina para a continuação da vida. Graças à graça que Noé achou aos olhos do Senhor (perdão pelo trocadilho), eu e você estamos aqui. Graças à graça que Noé transmitiu por meio da arca, temos o Evangelho (1Pe 3.20-21).
Para concluir: Vivemos em um mundo extremamente semelhante ao de Noé. Violência, injustiça, individualismo, materialismo, ateísmo prático, o que mais precisamos para nos identificar com aquela geração? Dos nefilins? Certamente não! Lembremo-nos que o Senhor Jesus apontou para a geração de Noé quando alertou sobre aquela que marcaria o tempo de Sua volta (Mt 24.36-39). Diante disso, será que temos achado graça aos olhos dAquele que os têm como chama de fogo? Temos sido meios de graça aos nossos semelhantes?
Isso eu não sei, mas sei tudo sobre as teorias acerca de Gênesis 6. Será que isso serve? A quem? Olha aí a cilada na Bíblia...
Rev. Eber Cocareli
Área de 

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Resposta aos ataques feitos ao Programa Vejam Só!


Venho, com muita tristeza, me manifestar acerca das postagens e das inquirições malcriadas de várias pessoas em relação ao Programa Vejam Só!, a partir do debate veiculado no dia 17 de outubro, sobre a guarda do sábado e a salvação. Acerca disso, tenho a dizer:

1. Os ataques que o Programa Vejam Só!  vem recebendo, bem como as insinuações de que recebe dinheiro para dar destaque a este ou aquele grupo religioso já estão sendo objeto das ações jurídicas pertinentes, como destaquei que aconteceria em meus posts anteriores. Entretanto, quero me manifestar sobre as outras questões, especialmente a que sugere que o Vejam Só!  deixou de ser cristão, evangélico e passou a ser ameaça à fé. (Ressalto que NUNCA se recebeu qualquer valor financeiro ou vantagem de qualquer ordem de quem quer que seja, exceto nos contratos publicitários).

2. O Programa Vejam Só!  é um programa de debates, com o objetivo de expor linhas diferentes de interpretação bíblica ou de posicionamento cristão, a fim de que o telespectador julgue e tire suas próprias conclusões. Para tanto, é óbvio, precisamos de gente que represente as diferenças aludidas, ou seja, necessitamos de pessoas que creiam nas Escrituras e As interpretem de modo diverso, para que o debate aconteça.

3. Quase todos os temas são sugestão dos telespectadores, inclusive dos que têm atacado o programa em meu facebook e em outras mídias sociais. As sugestões desse pessoal giram sempre em torno de temas cuja defesa é exclusiva de grupos religiosos com doutrinas contra as quais os que sugeriram os temas se opõem visceralmente. Ora, quando o Vejam Só!  pauta estes temas, ele é criticado pelos mesmos que fizeram as sugestões, simplesmente porque damos tempo igual e igualdade de condições a ambos os debatedores. Na visão de nossos detratores, estamos dando mídia aos inimigos da sã doutrina. 

4. Todas as vezes em que um pastor com pensamento teológico diferente veio ao programa, TAMBÉM esteve presente outro pastor, cuja posição teológica ou doutrinária se opunha à do primeiro. Em outras palavras, NUNCA uma única corrente teológica ou doutrinária se fez representar no debate (até porque aí não haveria debate, mas monólogo). E essa postura de discutir as crenças é defendida por vários irmãos, inclusive alguns que agora me atacam. O Pr. João Flávio Martinez, em vídeo datado de 17/dez/16, ao responder à pergunta: “Devemos discutir religião”, respondeu que sim, pois a Bíblia nos manda batalhar arduamente pela fé (Jd 3). Ele ressaltou que o errado não é discutir ou divergir, mas semear a briga, a contenda, o ódio, o rancor, a mágoa [ênfase minha] (https://youtu.be/hL9QwuSg7fU). Esse pastor esteve recentemente no Vejam Só!, debatendo com um representante de pensamento teológico e doutrinário ao qual ele ferrenhamente se opõe e, em nenhum momento, recusou-se a participar do debate, ou alegou que não deveríamos dar mídia a grupos que ensinam o erro. Inquiriu e foi inquirido, confrontou e foi confrontado, como acontece em todos os debates sadios.

5. Por que será que não recebo ataques quando dou voz e vez a gente como o Dr. Rodrigo Silva (arqueólogo) ou o Dr. Wilson Paroschi, maior autoridade brasileira em Crítica Textual Bíblica? Ora, ambos são adventistas e contribuem enormemente para o bem do Evangelho, como todos reconhecem. Acaso hereges fazem isso? 

6. Lamento que a oração do Senhor Jesus, em João 17, esteja ainda tão longe de se cumprir. A culpa não é dEle. Nem minha.
7. Quanto ao mais, encomendo toda essa discussão extenuante Àquele que julga retamente (1Pe 2.23). E seguirei o sábio e inspirado conselho de Paulo: Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada (Tt 3.10-11). Em outras palavras, não darei mais espaço para essa discussão aqui. Agradeço de coração, o incentivo, a compreensão e as orações de quem apoia nosso trabalho. Deus os recompense.


Rev. Eber Cocareli

quinta-feira, 31 de março de 2016

A Doutrina da Trindade

Essas são as pessoas da Trindade: Deus - O Senhor, Pai, Yahweh (Êx 3.14) - Jesus Cristo, o Filho, cordeiro que expia o pecado do Mundo (Ap 13.8); E por fim o Espírito Santo, aquele que convence o homem do pecado. (João 16.7-8)




Compreender a doutrina da Trindade - adotada pela Igreja Cristã, embora o termo não apareça na Bíblia - pode ser um caminho complicado. Como diretor do Vejam Só! tenho a chance de assistir a alguns debate acerca do tão complicado tema. Divido agora com vocês com a intenção de sanar dúvidas de alguns irmãos sobre essa doutrina tão essencial na fé cristã.


Este primeiro programa foi ao ar no dia 17-12-2013. Os convidados da noite foram: Pr. JOSÉ EVANGELISTA da Igreja Pentecostal Unida do Brasil e o Pr. JAMIERSON OLIVEIRA da Igreja Batista Ethnos.



Esta segunda discussão sobre a Trindade no Vejam Só! Foi ao ar no dia 29-03-16: Com as presenças do Pr. MAURO ALEXANDRE do Ministério Palavra Pura e novamente o Pr. JAMIERSON OLIVEIRA da Igreja Batista Ethnos.


Rev. Eber Cocareli


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Vejam Só! - É possível conciliar ciência e Fé?





Alguns convidados do Programa Vejam Só! sobressaem pela relevância de seu posicionamento. Entre estes, o Dr. Adauto Lourenço destaca-se por sua habilidade extraordinária em usar os profundos conhecimentos científicos e técnicos que possui, sobretudo na área da Física, para mostrar como as Escrituras Sagradas são verídicas.
Vale -- e muito -- a pena conferir a entrevista que ele os concedeu tempos atrás.







Rev. Eber Cocareli


segunda-feira, 25 de maio de 2015

O que penso acerca da Maçonaria




A primeira coisa que desejo dizer é que lamento profundamente o fato de muitos irmãos se deixarem levar pelo brilho deste mundo e pela sedução dos mistérios e do poder. A Maçonaria não deixa de ser um exemplo perfeito destas armadilhas diabólicas. Entretanto, também afirmo que a melhor coisa a fazer pelos maçons é orar por eles, nos termos que a Palavra de Deus ensina quanto aos que estão totalmente cegados pela ação direta do inimigo: E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos (2Tm 2.24-26 – grifo meu).

É bem verdade que a Maçonaria se arroga como sociedade benemérita, e vê-la assim não é de modo algum errado. Contudo, em que pese todo o benefício que a Maçonaria proporciona com suas boas obras, a filosofia que está por trás dessa organização conflita direta e inescapavelmente com a Palavra de Deus. Não tenho como esgotar o assunto aqui, mas basta considerar o fato de que os maçons são exortados constantemente, a cada grau a que são guindados nos vários ritos da Maçonaria, a transformarem o mundo por meio de seu conhecimento secreto e das obras de caridade. Nada tenho contra os maçons não cristãos, mas não dá para entender como aquele que conhece a Palavra de Deus e tem comunhão com o Deus da Palavra possa submeter-se aos rituais, votos e objetivos de uma organização que se declara ser a verdadeira luz que transformará o mundo e redimirá o homem. Ora, essa tarefa já foi feita pelo Único Criador do Universo (e não meramente seu arquiteto), pelo Único Deus verdadeiro, o Senhor Jesus, o qual, incrivelmente, na ordem maçônica, está no mesmo nível de Confúcio, Platão e Maomé, entre outras seis personagens da história humana (conforme as nove colunas, segredo de um dos graus do Rito Escocês, Antigo e Aceito). O único fato que justifique a adesão de cristãos à Maçonaria está nas inegáveis vantagens materiais, nas honrarias e nos muitos privilégios exclusivos que os maçons garantem a eles mesmos. A ideia de que o maçom é humilde e sem ambição é conversa fiada pra fazer profano dormir (profanos são os não maçons, segundo eles, é claro).

Já estou até ouvindo os crentes maçons dizerem que muito pouco sei acerca da Maçonaria, o que não deixa de ser verdade. Meu conhecimento do assunto vem de longa e antiga pesquisa literária, amizades e de envolvimento pessoal com alguns maçons, dentre os quais aqueles que instaram comigo para que eu fosse iniciado. Mas ainda que tudo que eu soubesse sobre a Maçonaria se baseasse apenas nos muitos livros que li, a acusação de ignorância não se sustentaria.
Até hoje, nenhum cristão que leva a Palavra de Deus a sério e que tem vida no altar do Senhor publicou um livro sequer defendendo a Maçonaria e refutando os vários livros evangélicos que denunciam suas práticas ocultistas. Se, como alguns maçons alegam, tudo que foi publicado é "lenda", então por que eles mesmos não esclarecem tudo? A Bíblia diz que o filho de Deus anda na luz e que ela, a luz, mostra a verdade publicamente e sem medo. Os maçons se dizem iluminados pela “verdadeira verdade”, mas mantêm segredos a base de juramentos mortais e escondem o que aprendem e fazem na Loja Maçônica. Agem bem ao contrário do que ensinou o Senhor Jesus: O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados (Mt 10.27).

Não tenho o direito de julgar o irmão que aceita fazer parte da Maçonaria, até porque essa, como qualquer outra decisão, vai depender da consciência, pois cada um responde por si diante do Senhor Deus (Rm 14.12). Quanto a mim, confesso que ponderei aceitar o convite que me foi feito insistentemente por alguns cristãos maçons, mas, após muita oração, resolvi que NÃO ME LIGARIA a tal sociedade. Enumero, resumidamente, minhas principais razões:

1. Não preciso dela para ser aperfeiçoado como ser humano, uma vez que, para isso, tenho a mais perfeita e absoluta ferramenta elaborada diretamente pelo próprio Criador, a Palavra de Deus: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil  para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus  seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.16,17).

2. Não me submeteria a ser chamado de “profano em busca de luz” (conforme o ritual de iniciação para o grau de Aprendiz), uma vez que o próprio Senhor Jesus declarou que sou luz do mundo e sal da terra, isto é, como porta-voz do Evangelho eu é que tenho as respostas para os dilemas do ser humano, não a Maçonaria. Aliás, é meu dever como seguidor de Jesus deixar isso extremamente claro, tanto por palavras quanto principalmente por obras:
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia  para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mt 5.13-16 – grifos meus).
[...] para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo [...] (Fp 2.15 – grifos meus).




3. Não me sentiria leal a meu Salvador, o Senhor Jesus, pois na ordem maçônica, Ele é igualado em todos os sentidos a outros líderes religiosos ou filósofos. Nas palavras de um de seus principais mentores (Pike), Jesus não é o único a levar à verdade. Ora, todo cristão sincero sabe muito bem que Cristo é o único e exclusivo Salvador, Redentor e Caminho para Deus, sem absolutamente nenhum outro paralelo neste mundo ou noutro: Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6 – grifos meus). E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12 – grifos meus). Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse  que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.9-11 – grifos meus).

4. Não almejo os benefícios que a Maçonaria confere a seus integrantes, a saber, prestígio, poder, favorecimentos (inclusive com injustiça contra não maçons) e a solidariedade dos iludidos com os encantos deste mundo. Prefiro fazer como ensinou o Mestre, acomodando-me às coisas humildes, pois: Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8.36 – grifos meus). Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. (Lc 12.13-15 – grifos meus). A seguir, o Senhor contou a Parábola do Rico Insensato, que assim termina: Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus (Lc 12.20-21 – grifos meus).

Espero que você pondere sobre essas coisas e tire sua conclusão somente à luz da verdadeira luz, o Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador.
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Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. (Lc 12.13-15 – grifos meus). A seguir, o Senhor contou a Parábola do Rico Insensato, que assim termina: Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus (Lc 12.20-21 – grifos meus).

Espero que você pondere sobre essas coisas e tire sua conclusão somente à luz da verdadeira luz, o Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador


quarta-feira, 25 de março de 2015

Por que a galinha atravessou a rua?

Eis porque eu não acredito em rótulos.

A equipe do Facebook Arminianismo da Zueira fez um trabalho minucioso com os mais importantes (uns nem tanto) teólogos para responder este intrigante enigma.

Vejam as respostas:

Lutero: Atravessou pela fé, e pela fé somente.

Calvino: Estava predestinada a atravessar a rua.

Pelágio: Ela escolheu atravessar a rua e não precisou de ninguém.

Armínius: Deus previu que a galinha iria atravessar a rua, ela creu e atravessou.

Jhonatas Edwards: Ela atravessou porque se não atravessasse a ira de Deus iria torrar as penas dela.

Cassiano: Ela atravessou só a metade, Deus a carregou no restante do caminho.

William Lane Craig: existem 3 razões pelas quais eu creio ser bastante razoável a ideia de que a galinha atravessou a rua...

Luther King: Por que ela teve um sonho...

Spurgeon: O Poleiro é o Evangelho.

Piper: Para glorificar a Deus.

Granconato: Ela atravessou depois de algumas cambalhotas


Tio Nico: Deus a atravessou, mas a responsabilidade foi dela.

Rúbens Barrichelo: Onde está o pintinho? (Sei que ele não é teólogo, mas não vou desperdiçar a piada).

Reverendo Eber Cocareli: Vamos trazer dois gigantes da teologia aqui, para discutir o assunto.

Elias Soares de Moraes: Era um Chester, se olharmos no grego original.

Dispensacionalista: Para se livrar da grande tribulação.

Papa: Não existe rua fora da igreja romana.

Amilenista: Você tem que interpretar isso de maneira simbólica... a galinha, a rua... isso tudo se cumpre num âmbito espiritual.

Adventistas: Não atravessou porque era sábado.

Wesley: Ela foi capacitada à atravessar a rua desde que era um pintinho.

Teísta aberto: Ela atravessou porque Deus não viu ela atravessar.

Thalles Roberto: Paulo falou sobre isso em um dos Salmos.

Cessacionista: A galinha só atravessava ruas no período apostólico, hoje isso não acontece mais.

Dá um pulinho lá no Arminianismo da Zueira e veja mais! 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Dia em que entrevistei o Rei Davi - Parte Final


Finalmente, aqui vai a terceira e última parte da entrevista com o rei Davi. Leia as duas anteriores (Parte I e parte II) e, depois, veja como o homem segundo o coração de Deus explica as loucuras que fez, inclusive (e principalmente) o envolvimento dele com Bate-Seba.

***

Que bênção! De fato, sua vida está recheada de aventuras e experiências estupendas. Conte mais algumas.

Por causa da vitória sobre Golias, fizeram uma música em minha homenagem e eu fiquei muito popular. No plano espiritual, Deus me deu o privilégio de ser escolhido o novo rei de Israel, quando nem meu pai se lembrava que eu existia. Sempre fui muito querido por todo meu povo e tive o privilégio de desenhar a Casa de Deus, o templo que meu filho Salomão construiu e dedicou ao Senhor e que foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Em meu reinado não houve inimigo que prevalecesse contra Israel. Morri bem velhinho, tanto que nem conseguia mais me aquecer sozinho.

Gosto da expressão que a Bíblia usa para falar da sua morte: “numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória”. E você?

Também. Essa expressão revela alguém que viveu intensamente a vida em sua plenitude. E isso significa que vivi também o lado escuro da vida.

Claro, todos têm experiências ruins, de vez em quando.

Sim, mas assim como as experiências positivas foram extraordinárias, as negativas também foram profundamente amargas. Mais do que a maioria dos homens poderia suportar.

Fale-nos delas.

Pra começar, praticamente não tive infância. Fui o caçula de oito irmãos, e ainda bem criança sobrou para mim a tarefa de cuidar das ovelhas de papai. Em vez de ficar brincando com as crianças de minha idade, eu passava o verão todo sozinho, nas planícies da Palestina, procurando pastos viçosos e águas frescas para o rebanho. Ficava tanto tempo fora de casa, que quando Samuel foi enviado por Deus para ungir o novo rei, meu pai nem se lembrou de mim.

Mas era porque ele achava que Abinadabe, seu irmão mais velho é que seria o escolhido...

Sim, eu sei. E não era só meu pai não. O próprio Samuel também achava, porque Abinadabe, além da idade mais apropriada que a minha para a função, tinha porte e elegância. O problema é que, quando Deus mostrou que nem Abinadabe, nem Samá, nem nenhum dos meus outros irmãos eram os escolhidos, Samuel teve de perguntar a meu pai se não havia mais nenhum filho, pois o Senhor lhe garantira que um dos filhos de Jessé era o eleito. Ora, isso lá é pergunta que se faça a um pai zeloso? Alguém, alguma vez na sua vida, precisou perguntar se você não estava esquecendo algum filho?

Tá, mas, Deus honrou você, escolhendo-o rei. O que isso tem de negativo?

Nada, é claro! Louvo a Deus por lembrar-se de mim, quando ninguém em minha casa o fez. O problema é que Saul acabou sabendo que eu fora ungido e passou a perseguir-me implacavelmente por muitos anos. Nem pude, a bem da verdade, usufruir da fama e do sucesso que a vitória sobre Golias me proporcionaram. Minha juventude inteira eu passei fugindo de Saul, para salvar a minha pele. E olha que eu era genro do rei e melhor amigo de seu filho! Foram anos e anos de muita tribulação, que passei em covas e cavernas, nunca dormindo duas noites seguidas no mesmo lugar. Tive chance duas vezes de matar Saul, mas não o fiz, por temer erguer minha mão contra o ungido do Senhor. Nem assim aquele louco perturbado me deixou em paz.

Você diz isso agora, mas não vibrou de alegria quando Saul morreu, muito pelo contrário.

Como eu poderia me alegrar com a morte de Jônatas? Nunca, em minha vida, eu tivera amigo tão sincero e leal. Quem leva uma vida tão solitária como a minha sabe reconhecer e valorizar uma amizade tão verdadeira. E quanto a Saul, se nem Deus tem prazer na morte do ímpio, por que eu teria?

Tudo isso é ruim, sem dúvida, mas não tão trágico para justificar o que você disse serem experiências terrivelmente dolorosas. 

Calma, o pior vem agora. Todas as vezes que penso no que fiz com Bate-Seba não consigo atinar em como pude ser tão estúpido! Meu adultério foi, sem sombra de dúvida, a pior, a mais devastadora experiência que tive, meu erro mais imbecil. Se houvesse um meio de eu voltar no tempo, daria meu reino, só para apagar da história essa página infame.

Também não precisa exagerar! Que você errou, tudo bem, mas, convenhamos, você era o rei, podia tudo. Tinha várias esposas e concubinas, estava acostumado a ter várias mulheres. Aí, viu Bate-Seba se banhando... era uma tremenda mulher... quem resistiria? Depois outra, seria só uma aventurazinha... Seja franco, Davi, apesar de ser pecado, Bate-Seba valia a pena, não valia?

Você não sabe o que está dizendo, fala como doido! Nunca, de jeito nenhum! Por causa dessa “aventurazinha”, como você diz, perdi quatro filhos! Nada, absolutamente nada na vida compensa a perda de um filho amado, o que dizer de quatro?

Como assim quatro? Não foi só o bebê de Bate-Seba que morreu?

Não. Perdi também Amnon, Tamar e Absalão. Todos por causa do meu pecado.

Foi castigo de Deus?

Não! Foi fruto da minha loucura, da minha estupidez ao me envolver com a esposa de Urias e achar que ninguém nunca descobriria o que tinha feito. A pior coisa que um pecador faz, depois de pecar, é tentar esconder sua transgressão.

Sei que você teve problemas com Absalão, e Amnon com Tamar, mas por que você diz que o que lhes aconteceu tem ligação com seu pecado?

Por que essa é a lei do mundo espiritual: um abismo atrai outro abismo. É por isso que, quando erramos e tentamos encobrir o erro as coisas vão piorando cada vez mais. A gente dá tempo ao mal para se multiplicar em nosso coração.

Explique isso melhor, Davi.

Veja o que me aconteceu; primeiro errei em não ir à guerra, como era meu dever de rei. Fiquei à toa no palácio e acabei espiando Bate-Seba banhar-se. Me apaixonei por ela e a chamei para um “bate-papo”, aproveitando que seu marido estava no campo de batalha, pois Urias era soldado. Como se não bastasse, quando ela engravidou, em vez de cair em mim e me arrepender do que fizera, preferi tapear todo mundo, chamando Urias de volta da guerra. Achava que ele se deitaria com sua esposa e todos pensariam que o filho que ela gerava era dele. Só que Urias se recusou a ir para casa, enquanto seus colegas davam a vida pelo rei na guerra. Ele ficou no palácio, com os soldados de minha guarda particular.

Aí, o que você fez?



Um abismo chama outro abismo, lembra? Escrevi uma ordem ao comandante e mandei-a pelas mãos de Urias, meu fiel soldado. Nela, determinava que, no próximo ataque, Urias fosse posto à frente do exército e que este recuasse, deixando Urias sozinho, para morrer pela espada do inimigo. E foi o que aconteceu. Aí, com Bate-Seba viúva, casei-me com ela e achei que tudo estava resolvido e ninguém perceberia nada.

É, mas Deus usou o profeta Natã para acabar com sua festa, e o bebê morreu. Mas ainda não entendi como tudo isso tem relação com seus outros filhos.

É simples, quando Amnon, meu filho com uma das minhas esposas, viu como seu pai – o homem segundo o coração de Deus – fora capaz de urdir um plano tão sórdido, perdeu o respeito por mim e o que é pior, perdeu também o temor a Deus. Ele se encantou com Tamar, sua meia irmã (minha filha com outra esposa), enganou-a e violentou-a. Depois, simplesmente a desprezou. O irmão dela, Absalão, ficou furioso e exigiu de mim um castigo severo. Mas o que eu podia fazer? O que ia dizer? Com que autoridade?

Foi por isso que Absalão se revoltou contra você?

Exatamente, ele começou a alimentar um ódio cada vez mais crescente por mim. Após algum tempo, quando eu achava que a tempestade tinha acabado, Absalão deu uma festa e, no meio dela, matou Amnon para vingar a honra da irmã. Desta vez fui repreendê-lo, o que só fez aumentar sua revolta e seu ódio contra mim. Ele passou a me desafiar e humilhar em público; chegou a armar uma tenda na rua, onde se deitava com minhas concubinas à vista de todos.

E não ficou por aí...

Não. Ele, por fim, decidiu tomar o trono e invadiu o palácio real com um exército de jovens mercenários. Tive de fugir às pressas pela porta dos fundos para salvar a pele. De novo me vi como fugitivo, desta vez, do meu próprio filho que me perseguia a fim de me tirar a vida. Jamais vou esquecer o gosto azedo que senti quando Absalão foi morto por meu general. Agora, me diga, você ainda acha que o prazer fugaz que eu possa ter tido com Bate-Seba compensa tudo isso?

De modo nenhum, desculpe minha burrice. É que o pecado, às vezes parece tão sedutor, tão atraente...

O pecado nunca, jamais compensa. Ele nos separa de Deus e nos destrói. O pecado escondido nos joga num poço sem fundo, num charco de lodo, essa é a verdade.

Davi, como então você pôde se reerguer? Já vimos que a Bíblia diz que você teve uma velhice boa e feliz. Como você conseguiu superar toda essa tragédia?


Por causa da graça de Deus. Um dos versículos mais belos das Escrituras Sagradas diz que “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Quando nos arrependemos, Deus nos perdoa e restaura. Ele não nos deixa caídos, nem no poço de lama; Ele nos estende a mão, tira-nos de lá, nos reergue e nos põe sobre uma rocha, onde firma nossos passos. É por isso que quero ter sempre um cântico de louvor nos lábios. A graça de Deus é insuperável e está à disposição de qualquer pecador; basta arrepender-se e buscá-lO.


De fato sua vida é incrível! Daria até um filme, um não dois: um épico e um drama! Diga-nos, Davi, para terminar a entrevista, de todas essas experiências que você viveu, qual delas o marcou mais?

Nenhuma delas. A experiência que calou mais fundo em minha alma aconteceu quando eu ainda era menino e pastoreava as ovelhas de meu pai. Num belo fim de tarde, enquanto elas se acomodavam na grama para dormir, eu, como sempre fazia, louvava ao Senhor com minha harpa, distraindo minha solidão e a saudade de casa, tendo ao longe o horizonte tingido com os tons do pôr do sol. Naquele momento, o Espírito de Deus veio a mim e me revelou coisas tão profundas sobre o Senhor, que eu passei a vê-lO com outros olhos, os olhos de uma ovelha. Percebi ali que aquele que tem a Deus como seu pastor não tem falta de nada. Sua companhia compensa toda solidão, e não importa por onde você ande, se por pastos verdejantes com águas tranquilas, ou pelo vale da sombra da morte, Sua presença dá paz e segurança. Minha vida inteira foi uma prova viva dessas verdades, nos triunfos e nas tribulações jamais faltou-me o cuidado pastoral, seja me buscando no mais profundo abismo, seja fazendo-me cear vencedor, diante dos meus inimigos. Nunca mais quero me afastar do colo desse Supremo Pastor, onde meu cálice transborda de alegria por toda a eternidade.

Não é à toa que meu salmo preferido é o 23. Valeu Davi; obrigado pela entrevista. A gente se vê na eternidade!


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O dia que entrevistei o rei Davi – Parte II


Antes de ler essa parte, você deve ler a primeira parte dessa entrevista. O texto é curtinho, não lhe custará nada, nem em termos de tempo!

***
Bem, já falamos de sua fama como vencedor de gigantes e de autor de hinos sacros. Fica faltando falar de você e Bate-Seba. Por que você disse compreender que seja famoso por um episódio tão infeliz?

Porque nós humanos somos assim mesmo, marcamos o erro, a falha do outro mais do que qualquer outra virtude. E olha que eu ainda posso me considerar um felizardo, pois sou lembrado por coisas boas que fiz, e não só por essa página horrorosa de minha vida.

Por falar em sua vida, vamos falar um pouco dela, antes de explorar melhor a questão do seu adultério.

Eu agradeço.

Você tem consciência de que é alguém tão especial? Afinal, quase ninguém neste mundo pode dizer que viveu tão intensamente as experiências fantásticas que você teve.



Concordo plenamente. Eu, pelo menos, não conheço ninguém que tenha uma coleção de fatos tão fabulosos na vida. Veja só, ainda criança e eu já era admirado como músico! Trabalhei até no palácio, acalmando o rei com minha arte. Ele, o rei Saul, era um perturbado, mas quando eu tocava e cantava os hinos que o Espírito de Deus me dera, Saul se acalmava. Quando adolescente, tive aventuras dignas de um super-herói. Lutei – e venci – um urso, um leão e um gigante!

E não é só isso, o urso e o leão você enfrentou na qualidade de pastor de ovelhas, mas o gigante...

Exatamente! No caso de Golias, eu não era nem soldado, pois ainda era muito novo para servir ao exército.

Deixa de modéstia! Fala logo que o exército de Israel estava morrendo de medo de Golias e que você foi mais corajoso até que o rei!

Bom, sei lá, cada um sabe de si, né? O que eu sei é que quando Jessé, meu pai, pediu-me para visitar meus irmãos que estavam na guerra, eu vibrei! Finalmente eu poderia ver uma batalha de perto! Acho que esse é um sonho de todo moleque, e eu ia realizá-lo. Enquanto eu caminhava até o campo de batalha, minha mente viajava também, imaginando como seria assistir ao glorioso exército de Israel pondo os filisteus para correr. Não via a hora de chegar e extravasar meu orgulho não só por meu país, mas também pelo meu Deus, pois eu tinha certeza absoluta que a glória dEle se manifestaria naquela guerra, para mostrar aos filisteus que eles serviam a um deus falso.

Só que quando você chegou...

Você nem imagina o tamanho da minha decepção. Não vi exército nenhum, só um soldado, filisteu, por sinal. Era Golias, que do meio da campina estava berrando desafios e ofensas para os soldados de Israel.

E eles?

Ficaram onde estavam, escondidos em trincheiras e cavernas, morrendo de medo daquele metido superdesenvolvido.

Por que você não falou com eles?

E não falei? Não sei o que eu estava mais, se decepcionado ou indignado com meus compatriotas. Só que eles eram soldados e eu um rapazola que nem barba tinha na cara. Mandaram-me calar a boca e me enfiaram num dos buracos onde estavam escondidos.

É aí que a coisa fica empolgante, certo?

Pois é, quando Golias percebeu que ninguém se importava com seus insultos contra Israel e contra Saul, ele ficou confiante demais e abusou. Até aquele instante, eu já estava até achando que ele tinha toda razão, ao chamar nossos soldados de bananas, mas quando Golias extrapolou, eu não me contive.




Conta logo o que ele fez!


Bom, ele queria mexer com os brios de Israel e não conseguia. Xingou os soldados, o rei e nada. Ninguém reagia. Então, ele resolveu ofender o Deus de Israel, pode?! Maluco, doido, idiota! Xingar nosso povo é uma coisa, mas mexer com nosso Deus, ah, isso não dá!

Tem razão, não dá mesmo. Saul, então, teve de tomar uma posição, afinal ele era o rei de Israel, certo?

Olha, ele ocupava o trono, mas para Deus ele já havia perdido o reinado. Tanto que outro rei já havia sido ungido em seu lugar, no caso, eu. Esse episódio com os filisteus mostrou bem que Saul não tinha condições espirituais e morais para reinar. Em vez de se apresentar como líder do povo e enfrentar o gigante, ele se acovardou até fazer papel ridículo.

Como assim?

Quando Golias ofendeu o Senhor, eu não me contive mais e comecei a berrar com meus irmãos, tentando motivá-los para a batalha. Como nem assim eles se mexeram, eu mesmo resolvi ir para o campo de batalha. O rei ficou sabendo e, em vez de se envergonhar por um mocinho imberbe ter mais coragem que ele, preferiu vestir em mim a armadura dele.

Francamente... que coisa feia!

Pois é, mas tudo bem, a armadura não serviu. Bom, eu não iria usá-la mesmo. Não era soldado, não saberia me mexer usando aquele peso todo. Além disso, desde criança eu tinha aprendido que a proteção do homem que teme a Deus é Sua justiça! E foi assim, com minhas roupas e apetrechos de pastor que eu fui enfrentar o gigante.

Essa cena é absolutamente inesquecível, mas diga a verdade, você não ficou impressionado com o tamanho de Golias?

Eu estava indignado demais para reparar nesse detalhe.

Detalhe? O homem tinha quase três metros de altura!

Melhor. Seria mais difícil errar o alvo (risos). Agora, sem brincadeira, eu estava completamente tomado pela presença do Senhor. Tanto que disse a Golias: “Você vem a mim com lança, escudo e espada. Eu vou a ti em Nome do Senhor dos Exércitos a quem tu afrontaste”. E mandei bala, quer dizer, pedra. O fim, todos conhecem.


***

Não perca a última parte desta entrevista, na próxima semana. Davi, finalmente, explicará em detalhes o envolvimento dele com Bate-Seba.