quarta-feira, 25 de abril de 2018

Os filhos de Deus e os nefilins: Armadilhas na Bíblia


Das astutas ciladas do inimigo todo cristão está a par (será mesmo? - Ef 6.11). Entretanto, é certo que há aquelas que passam desapercebidas com estranha facilidade, como as armadilhas que encontramos na Bíblia. Antes que alguém me mande para a fogueira da Inquisição, esclareço que não estou dizendo ter o Senhor posto laço em Sua Palavra, mas me refiro às artimanhas de Satanás para impedir que a revelação de Deus nas Escrituras sejam conhecidas de muitos que as leem. Se você acha isso impossível, continue a leitura, pois o artigo é breve.
Após algumas décadas lecionando teologia, não ficou difícil perceber como o diabo astuciosamente põe ciladas no caminho de quem se dispõe a ler as Escrituras. Nisso, ele tem cada vez menos trabalho, infelizmente. Como muitos detestam textos grandes, darei apenas um exemplo do que estou dizendo, reafirmando que as ciladas não estão no texto sagrado, mas no caminho de quem dele se aproxima de modo incauto.
Em Gênesis 6, temos um relato que desperta o interesse de quase todos que leem o texto. Quem são os tais filhos de Deus que se encantam com as filhas dos homens? Elas são mulheres humanas, isso fica claro, mas e eles, o que ou quem são? Seriam anjos que não guardaram seu estado original (Jd 6) e que, de algum modo, se acasalaram com mulheres humanas, como afirma o Livro de Enoque? Ou seriam seres de outro planeta, que foram seduzidos pelos encantos das humanas? Assim pensam os adeptos da teoria de que os deuses do passado eram, na verdade, antigos astronautas. Estariam certos os que apontam para a descendência justa e temente a Deus de Sete? (Gn 4.26). Anjos, ETs, homens justos? A discussão é longa e muito antiga, com milhares de anos de existência.

Como se essa controvérsia acerca da identidade dos filhos de Deus fosse pouca, há, logo em seguida, os famosos nefilins, traduzidos por gigantesem várias versões bíblicas. Outras preferiram não traduzir o termo, deixando para o leitor a tarefa de compreender como preferir o que o texto está falando. A internet tem uma lista enorme de artigos e vídeos explorando (ou complicando?) o assunto. De todo modo, a passagem bíblica indica que esses nefilins estavam relacionados à união dos filhos de Deus com as filhas dos homens e à perversão desenfreada que caracterizava a humanidade de então (Gn 6.5). Até aqui, texto sagrado, Palavra inerrante de Deus, revelação do Altíssimo para nos tornar hábeis em Sua obra e melhores como seres humanos (2Tm 3.16-17).

Pois bem, o estudante das Escrituras até quer servir a Deus, aprimorar-se para fazê-lo da melhor forma possível, mas, por não vigiar quanto ao foco, acaba caindo na cilada diabólica de se perder nas discussões vãs e que não levam a nada, como dizia Paulo a Timóteo e a Tito (1Tm 1.4; Tt 3.9). Em outros trechos, Paulo se refere a fábulas e a historinhas de gente caduca (1Tm 4.7; 2Tm 4.4; Tt 1.14). Não estou dizendo que o leitor da Bíblia deva abster-se de pesquisar ou tentar entender a quem Gênesis 6 se refere, pois a curiosidade e o interesse legítimo são normais e saudáveis. Mas então, por que estou identificando as controvérsias envolvendo essa passagem bíblica com as fábulas condenadas por Paulo? Veja, querer saber quem são os filhos de Deus e o que eram os tais nefilins todos querem, inclusive eu. O problema está em se perder o foco no estudo da Bíblia. Penso que Paulo lidou várias vezes com esse tipo de cilada, tanto que fez as advertências mencionadas acima.
É fácil entender o que ele pretende, quando olhamos para Gênesis 6. Afinal, em que minha vida muda se os filhos de Deus forem anjos ou homens? No que sou afetado pelos tais nefilins fossem eles o que fossem? A resposta para ambas as indagações é a mesma: rigorosamente em NADA. Nem minha conduta cristã, minha doutrina, minhas escolhas, meus princípios de vida, nada é influenciado pela identidade dos filhos de Deus nem pelos nefilins. Até porque foram destruídos no Dilúvio (é, eu creio que houve sim o Dilúvio de Noé, com arca e tudo mais).
Mas quantos irmãos se perdem nessa discussão interminável e perdem o verdadeiro propósito da passagem bíblica! E qual seria ele? Leia Gênesis 6.1-12 e atente para o versículo 8. Acompanhe meu raciocínio e veja se o alvo do Espírito Santo ao fazer registrar esse texto não é o apontado a seguir. Noé, que vivia em uma geração pervertida e corrupta brilhou como luzeiro no seu mundo (Fp 2.15). Ele achou graça aos olhos de Deus. Isso não é pouco, mas há mais! Ele foi instrumento da graça divina para a continuação da vida. Graças à graça que Noé achou aos olhos do Senhor (perdão pelo trocadilho), eu e você estamos aqui. Graças à graça que Noé transmitiu por meio da arca, temos o Evangelho (1Pe 3.20-21).
Para concluir: Vivemos em um mundo extremamente semelhante ao de Noé. Violência, injustiça, individualismo, materialismo, ateísmo prático, o que mais precisamos para nos identificar com aquela geração? Dos nefilins? Certamente não! Lembremo-nos que o Senhor Jesus apontou para a geração de Noé quando alertou sobre aquela que marcaria o tempo de Sua volta (Mt 24.36-39). Diante disso, será que temos achado graça aos olhos dAquele que os têm como chama de fogo? Temos sido meios de graça aos nossos semelhantes?
Isso eu não sei, mas sei tudo sobre as teorias acerca de Gênesis 6. Será que isso serve? A quem? Olha aí a cilada na Bíblia...
Rev. Eber Cocareli
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5 comentários:

  1. temos que saber quais as coisas que nos foram reveladas como fala em Dt 29:29 para não sermos enganados pelos filhos das trevas porque são habeis.

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  2. É verdade reverendo...devemos estudar. Até debater. Mas não criar quase que uma doutrina sobre isso. Jajá vai ter a "nefililogia" .fazendo parte dos currículos de escolas de teologia..kkkkk abraço

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  3. Pois bem,o contexto nao fala sobre anjos mas sobre homens.e hoje tem tambem os filhos de Deus e os filhos dos homens.cristao x nao cristaos.quantos crentes estao olhando para as filhas sos homens e estao se perdendo na fornicaçao e no adulterio?Jesus te abençoe

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Concordo plenamente com sua forma pensar Rev. Eber.

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