sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O dia em que entrevistei o rei Davi – Parte I


Já imaginou se a ciência pudesse nos fazer viajar no tempo? Gosto de pensar em aonde eu gostaria de ir. Para desespero de muitos fãs dos filmes de ficção, não tenho o menor interesse no futuro; meu dilema está em qual ocasião do passado eu visitaria primeiro. Seria espetacularmente glorioso presenciar o ato da Criação (o que eu não daria para ver a cara de Adão, quando Deus lhe apresentou Eva), a travessia do mar Vermelho (e a cara de Faraó, hem?), o nascimento do Redentor – você já pensou como foram abençoados os animais daquele estábulo? Eles viram o momento mais fantástico e inexplicável de todos os tempos: Deus tornando-Se gente. A ressurreição, então, tenho certeza, foi um momento indescritível. Os guardas do túmulo tinham de explicar aos superiores que o cadáver que eles vigiavam saiu andando. Sozinho. Acho que eles ficaram o dia todo inventando uma desculpa...


Bem, ainda não podemos viajar no tempo, mas não há limite para nossa mente, certo? Um grande pastor norte-americano, Rvd. Peter Marshal, gostava de usar a expressão “santa imaginação”. E é o que vamos fazer hoje. Depois que virei apresentador de programa, peguei gosto por essa coisa de entrevistar as pessoas e fazê-las contar o que lhes vai na alma. Gosto de imaginar como seria entrevistar os personagens da história, sobretudo os da Bíblia; que baita privilégio! Pois bem, usando os recursos do irmão Peter Marshal, consegui uma entrevista EXCLUSIVA com uma das maiores figuras do Antigo Testamento, um dos pouquíssimos homens que a Bíblia declara terem sido “segundo o coração de Deus”. Abaixo, reproduzo essa entrevista cósmica. Ela calou fundo em meu coração e eu espero que edifique sua vida. Nosso entrevistado é Davi.

***
Olá Davi, que idéia você tem de sua fama entre os cristãos?

Olha, tenho a impressão que sou conhecido por três coisas: ter vencido o gigante Golias, escrito o livro de Salmos e adulterado com Bate-Seba.

Você considera justa essa fama?

Não muito. Como sempre acontece, a fama se fixa em acontecimentos isolados e acaba não fazendo justiça à minha história de vida. Mas compreendo o porquê de ser mais conhecido por aquelas três coisas do que pelo resto.

Como assim?

É simples: as crianças ouvem sobre minha façanha com Golias desde o berçário da igreja. Sou uma espécie de super-herói bíblico para elas. Quando elas crescem, continuam nutrindo admiração e encantamento por aquilo que Deus fez com minhas mãos – e minha funda – naquele dia.

Então a história do gigante mexe com os adultos também?

Claro! Afinal, todos nos defrontamos, vez por outra, com gigantes na vida; problemas insolúveis que desafiam nossa fé e confiança em Deus. Diante deles, tendemos a agir como os soldados de Saul e ficamos encolhidos e derrotados, permitindo que zombem de nós e humilhem nosso Deus. É nessas horas que minha história é lembrada e serve como alavanca para a fé vencedora.

E os salmos?

É gozado, pois essa fama de ser o autor do livro de salmos também tem raízes na infância. Na escolinha da igreja, a molecada aprende que eu era um pastorzinho de ovelhas e...

É verdade! Tem até corinho sobre isso!

Corinho? O que é isso? Outro nome para toucinho?

Claro que não! Corinho era o nome que a gente dava aos cânticos curtos que não estavam no hinário da igreja. Eram curtos, rimados e ritmados, facilitando a memorização.

E como era o tal corinho sobre mim?

Era assim: Um certo pastorzinho / que se chamou Davi / era mui pequenino / não confiava em si! / Ele com ousadia / louvando sempre a Deus / foi enfrentar um dia / o herói dos filisteus. / Na funda uma pedra colocou / e girou, girou, girou./ Na funda uma pedra colocou / e girou, girou, girou! / Mais uma vez / mais outra vez / mais uma vez girou! / E a pedra atirou / e o alvo acertou / e o gigante ao chão tombou.

Legal! Você viu? Desde criança a molecada aprende que eu fui um pastor de ovelhas, que ficava nos pastos tomando conta dos rebanhos de meu pai. À noite, para distrair minha solidão, eu compunha músicas de louvor a Deus, que são os salmos que a gente tem na Bíblia hoje.

Mas você é o autor de todos os 150?

Não, de todos não! Escrevi a maioria deles, mas não todos.

É verdade que os judeus têm os Salmos como seu hinário?

Sim, mas é falsa a idéia de que todos eles são hinos de louvor.

Os salmos são orações, feitas por mim – e pelos outros autores – nos mais variados momentos da vida. Por isso, há salmos de louvor e adoração (como o 150, por exemplo), salmos de súplica (130), de arrependimento e confissão (51), de lamento (13), de imprecação (102), de expressão de confiança em Deus (46) e tantos outros. Na verdade, mais do que louvar a Deus, o livro de Salmos nos ensina a orar, expressando o que vai no íntimo da alma em cada situação de nossa vida. Infelizmente, a maioria de nós não ora, só reza, pois a oração é sempre igualzinha, não importa o que esteja passando ou sentindo. Acho que essa é a grande contribuição dos salmos para as pessoas que querem desenvolver uma relação mais íntima com Deus, eles nos ensinam a orar como convém.

Você fala de vários tipos de salmos, tudo bem, nem todos são de louvor...

É, mas todos eles, sem nenhuma exceção, expressam confiança no Senhor. Mesmo os salmos mais angustiados, compostos nos momentos mais terríveis da vida de seu autor, expressam explicitamente a confiança dele em Deus. Talvez por isso os salmos tenham ficado marcados como um livro de hinos de louvor.

Esta é a primeira parte da entrevista. Não perca a continuação, semana que vem, aqui mesmo. Até lá! 

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muito bom!

    Fez-me lembrar do desenho: Superbook, onde os personagens viajavam no tempo (voltavam principalmente no tempo das histórias do velho testamento).

    Deus abençoe!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Otimo gostei mto. Espero a terceira parte poos ja li a primeira e a segunda.

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  5. Deus abençoe pelo blog com mtas coisas boas para os cristãos, e pelo programa e pela página. Os assuntos que mais gosto são os assuntos sobre coisas espirituais ou seja, em relação a obra de Deus nas nossas vidas nas igrejas. Em relação a teologia fico mto confuso maos tbm aprendo bastante.

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