Já imaginou se a ciência pudesse nos fazer viajar no tempo? Gosto de pensar em aonde eu gostaria de ir. Para desespero de muitos fãs dos filmes de ficção, não tenho o menor interesse no futuro; meu dilema está em qual ocasião do passado eu visitaria primeiro. Seria espetacularmente glorioso presenciar o ato da Criação (o que eu não daria para ver a cara de Adão, quando Deus lhe apresentou Eva), a travessia do mar Vermelho (e a cara de Faraó, hem?), o nascimento do Redentor – você já pensou como foram abençoados os animais daquele estábulo? Eles viram o momento mais fantástico e inexplicável de todos os tempos: Deus tornando-Se gente. A ressurreição, então, tenho certeza, foi um momento indescritível. Os guardas do túmulo tinham de explicar aos superiores que o cadáver que eles vigiavam saiu andando. Sozinho. Acho que eles ficaram o dia todo inventando uma desculpa...
Bem, ainda não podemos viajar no tempo, mas não há limite
para nossa mente, certo? Um grande pastor norte-americano, Rvd. Peter Marshal,
gostava de usar a expressão “santa imaginação”. E é o que vamos fazer hoje.
Depois que virei apresentador de programa, peguei gosto por essa coisa de
entrevistar as pessoas e fazê-las contar o que lhes vai na alma. Gosto de
imaginar como seria entrevistar os personagens da história, sobretudo os da
Bíblia; que baita privilégio! Pois bem, usando os recursos do irmão Peter
Marshal, consegui uma entrevista EXCLUSIVA com uma das maiores figuras do
Antigo Testamento, um dos pouquíssimos homens que a Bíblia declara terem sido
“segundo o coração de Deus”. Abaixo, reproduzo essa entrevista cósmica. Ela
calou fundo em meu coração e eu espero que edifique sua vida. Nosso
entrevistado é Davi.
***
Olá Davi, que idéia você
tem de sua fama entre os cristãos?
Olha, tenho a impressão que sou
conhecido por três coisas: ter vencido o gigante Golias, escrito o livro de
Salmos e adulterado com Bate-Seba.
Você considera justa essa
fama?
Não muito. Como sempre acontece,
a fama se fixa em acontecimentos isolados e acaba não fazendo justiça à minha
história de vida. Mas compreendo o porquê de ser mais conhecido por aquelas
três coisas do que pelo resto.
Como assim?
É simples: as crianças ouvem
sobre minha façanha com Golias desde o berçário da igreja. Sou uma espécie de
super-herói bíblico para elas. Quando elas crescem, continuam nutrindo
admiração e encantamento por aquilo que Deus fez com minhas mãos – e minha
funda – naquele dia.
Então a história do gigante
mexe com os adultos também?
Claro! Afinal, todos nos
defrontamos, vez por outra, com gigantes na vida; problemas insolúveis que
desafiam nossa fé e confiança em Deus. Diante deles, tendemos a agir como os
soldados de Saul e ficamos encolhidos e derrotados, permitindo que zombem de
nós e humilhem nosso Deus. É nessas horas que minha história é lembrada e serve
como alavanca para a fé vencedora.
E os salmos?
É gozado, pois essa fama de ser o
autor do livro de salmos também tem raízes na infância. Na escolinha da igreja,
a molecada aprende que eu era um pastorzinho de ovelhas e...
É verdade! Tem até corinho
sobre isso!
Corinho? O que é isso? Outro nome
para toucinho?
Claro que não! Corinho era o nome que a gente dava aos
cânticos curtos que não estavam no hinário da igreja. Eram curtos, rimados e
ritmados, facilitando a memorização.
E como era o tal corinho sobre
mim?
Era assim: Um certo pastorzinho / que se chamou Davi /
era mui pequenino / não confiava em si! / Ele com ousadia / louvando sempre a
Deus / foi enfrentar um dia / o herói dos filisteus. / Na funda uma pedra colocou
/ e girou, girou, girou./ Na funda uma pedra colocou / e girou, girou, girou! /
Mais uma vez / mais outra vez / mais uma vez girou! / E a pedra atirou / e o
alvo acertou / e o gigante ao chão tombou.
Legal! Você viu? Desde criança a
molecada aprende que eu fui um pastor de ovelhas, que ficava nos pastos tomando
conta dos rebanhos de meu pai. À noite, para distrair minha solidão, eu
compunha músicas de louvor a Deus, que são os salmos que a gente tem na Bíblia
hoje.
Mas você é o autor de todos
os 150?
Não, de todos não! Escrevi a
maioria deles, mas não todos.
É verdade que os judeus têm
os Salmos como seu hinário?
Sim, mas é falsa a idéia de que
todos eles são hinos de louvor.
Os salmos são orações, feitas por
mim – e pelos outros autores – nos mais variados momentos da vida. Por isso, há
salmos de louvor e adoração (como o 150, por exemplo), salmos de súplica (130),
de arrependimento e confissão (51), de lamento (13), de imprecação (102), de
expressão de confiança em Deus (46) e tantos outros. Na verdade, mais do que
louvar a Deus, o livro de Salmos nos ensina a orar, expressando o que vai no
íntimo da alma em cada situação de nossa vida. Infelizmente, a maioria de nós
não ora, só reza, pois a oração é sempre igualzinha, não importa o que esteja
passando ou sentindo. Acho que essa é a grande contribuição dos salmos para as
pessoas que querem desenvolver uma relação mais íntima com Deus, eles nos
ensinam a orar como convém.
Você fala de vários tipos de salmos, tudo bem, nem
todos são de louvor...
É, mas todos eles, sem nenhuma
exceção, expressam confiança no Senhor. Mesmo os salmos mais angustiados,
compostos nos momentos mais terríveis da vida de seu autor, expressam
explicitamente a confiança dele em Deus. Talvez por isso os salmos tenham
ficado marcados como um livro de hinos de louvor.
Esta é a primeira
parte da entrevista. Não perca a continuação, semana que vem, aqui mesmo. Até
lá!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirFez-me lembrar do desenho: Superbook, onde os personagens viajavam no tempo (voltavam principalmente no tempo das histórias do velho testamento).
Deus abençoe!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOtimo gostei mto. Espero a terceira parte poos ja li a primeira e a segunda.
ResponderExcluirDeus abençoe pelo blog com mtas coisas boas para os cristãos, e pelo programa e pela página. Os assuntos que mais gosto são os assuntos sobre coisas espirituais ou seja, em relação a obra de Deus nas nossas vidas nas igrejas. Em relação a teologia fico mto confuso maos tbm aprendo bastante.
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